sábado, 3 de setembro de 2011

Banqueiros lucram como nunca e categoria vai à luta por direitos


    A palavra de ordem “O lucro do Banco cresceu agora eu quero o meu”, sintetiza a política do Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB) que é ligado a CSP-Conlutas, na campanha salarial 2011 cuja data base é 1° de setembro.

    Nesta campanha os bancários enfrentam o arrocho salarial, o crescimento inflacionário, o ritmo alucinante da jornada de trabalho, o endividamento, reflexos diretos da política econômica do Governo, que privilegia o setor financeiro e ataca os trabalhadores e a maioria do povo.

    Dilma e os banqueiros ameaçam a categoria com a crise internacional para tentar impor o arrocho salarial e anunciando também que as estatais não deverão conceder “aumento real”. Mas não existe crise hoje no Brasil, com os bancos (incluindo os públicos) tendo lucros altíssimos. É fato que a categoria está atenta ao desenrolar da crise econômica mundial, mas não vão abrir mão de salários e mais direitos.

   O sistema financeiro obteve 500% de lucratividade nos dois mandatos de Lula (de R$ 34 bilhões, nos dois governos de FHC, para R$ 170 bilhões nos de Lula) enquanto a categoria obteve 56% de reajuste. Os bancários percebem a realidade de crescimento econômico e dos altíssimos lucros dos bancos e tem feito fortes movimentos grevistas nos últimos anos.

   Neste 1° semestre, todos os bancos continuam a bater recordes. O Bradesco anunciou R$ 5,4 bilhões de lucro superando em 21,7% do mesmo período do ano passado. O Banco do Brasil, R$6,2 bilhões, a Caixa Econômica Federal R$1,7 bilhões, o Itaú Unibanco R$ 7,1 bilhões e o Santander R$ 4,1 bilhões (25% do seu lucro mundial). E esta tendência se mantém. O crédito bancário subiu para R$ 1,85 trilhão, diz o Banco Central, com um volume total atingindo 47,3% do PIB. Estes dados se contrastam com as perdas de 98,62% na Caixa Econômica Federal, 86,68% no Banco do Brasil e 26% nos privados e um piso de R$ 1.140,00 nos privados e R$1.600,00 nos públicos.

   Reivindicações - Os salários precisam ser valorizados com a reposição das perdas, piso do Dieese e PLR (Participação dos Lucros e Resultados) de 25% dos lucros linear para todos.

   Outro aspecto da campanha é o combate ao assédio moral. O ritmo e a pressão por metas são generalizados, tornando os problemas psíquicos juntamente com a LER-DORT, as principais doenças profissionais na categoria.

   As pautas específicas também serão parte fundamental da campanha: a luta por 6 horas e o PCS (Plano de Cargos e Salários) no Banco do Brasil, a Isonomia de direitos na Caixa Econômica Federal e a estabilidade nos bancos privados que vêem seus empregados sumirem por conta das fusões e dos cortes administrativos.

   Contra o governismo - Infelizmente, a postura do Planalto Central não deve mudar o apoio irrestrito da Confederação dos Bancários –Contraf-CUT, ao governo. Ao rebaixar a reivindicação em 12% de reposição (inflação e “aumento real”) e não ter mobilizado a categoria até agora sinalizam que vão buscar saídas com proposta rebaixada e algum “avanço” que não implique em grandes custos para os bancos e o governo.

   Por isso, a intervenção do MNOB, é lutar contra a política dos sindicalistas governistas que querem convencer os trabalhadores a rebaixar suas expectativas. Vamos exigir destas direções que rompam com o governo Dilma e lutem contra os patrões e o governo em defesa das reivindicações dos trabalhadores.

   Calendário de mobilização – Definidas as rodadas de negociações (30 e 31/08 – emprego e reivindicações sociais; 5 e 6/09 – saúde e condições de trabalho e 13/09 – remuneração), o MNOB está defendendo o seguinte calendário de mobilização da campanha:

• Manifestações nos locais de trabalho nos dias de negociações;

• Reuniões nos locais de trabalho durante as próximas semanas;

• 13/09 – Dia de luta;

• 14/09 – Assembléia (onde os sindicatos não convocarem o MNOB realizará plenárias);

• 15/09 – Paralisações e/ou greve de 24 horas;

• 20/09 – Assembléias de deflagração de greve;

• 21/09 – Data indicativa de greve.

Por Wilson Ribeiro – Funcionário da Caixa Econômica Federal e militante do Movimento Nacional de Oposição Bancária