terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ANO NOVO. METAS NOVAS ..E MAIORES....

Fim de ano: momento de recarregar as baterias para o próximo ano, de reflexão sobre o que aconteceu em 2011, de descansar um pouco. Não é bem assim nos bancos né?! Nos bancos o clima é de aceleração, de mais ritmo, de estresse grande. O motivo: as metas.

Desde o final da greve começa a pressão: as agências precisam atingir a meta de produção. No Banco do Brasil a expressão usada é chegar ao ouro, ouro mais, primeiro lugar no ranking, etc. Na CEF, podium e medalhas por metas atingidas.

Tudo começa com a compensação das horas. O bancário que fez greve e lutou por seus direitos é penalizado com o pagamento das horas da greve. A compensação não é obrigatória, mas vá dizer isso ao seu gerente! Se você não pagar as horas, você é desmoralizado e perseguido. Nem mesmo o sindicato fica ao seu lado, afinal a atual diretoria diz que é para compensar mesmo. A compensação das horas torna o trabalho do bancário ainda mais estressante, tendo que acrescentar 1 ou até 2 horas na sua jornada diária.

À medida que chega o fim do ano, a correria aumenta. O ritmo é alucinante, venda, venda, venda. Empurra um titulo de capitalização ali, coloca um limite na conta aqui e força a aquisição de um seguro acolá. Aumentar tarifas ou fazer aplicações sem consultar os clientes acaba virando um recurso trivial para atingir os números cobrados.

A gerência se utiliza de suas armas para garantir o cumprimento da metas. Como sabe que não há motivação no banco, a lógica é iludir o bancário: oferece brindes, promete cargos comissionados, se compromete a ajudar na transferência do funcionário para agência de interesse (geralmente no caso de escriturários novos que trabalham em cidades diferentes das que residem), diz até que irá distribuir o bônus que ganha ao atingir a meta, etc. E o grande detalhe: na maioria das vezes, essas promessas ficam apenas no discurso e não são concretizadas. Iludido, o bancário se empenha mais, trabalha fora do ponto, vira operador de call center (ligando para os clientes); faz de tudo. È um jogo muito cruel que explora ainda mais a péssima condição de salário, trabalho e de ascensão profissional dos bancários.

Chegamos ao último dia do ano exaustos, cansados fisicamente e, principalmente, mentalmente. Começamos o ano já sem forças. Pensamos então, agora a coisa vai aliviar um pouco. Que engano!Um ano novo começa. Um novo ano com metas novas, que sempre aumentam, sempre exigem mais e mais dos funcionários. O mesmo ciclo se repete: metas-pressão-correria-promessas-estresse-metas.

E ai, surge uma pergunta que não quer calar, mas que às vezes temos medo de dar-lhe ouvidos: quem ganha com isso tudo? Com certeza não é o bancário. Pelo menos não ganha coisas positivas, o que recebe em troca é problemas de saúde, um clima ruim na agência, um salário injusto. ... ah, já ia esquecendo, no final tem a PLR.... que só serve mesmo como um cala a boca, só para a gerência dizer que iremos ganhar uma parte dos lucros (parte pífia, para dizer a verdade).

Quem ganha mesmo é o banqueiro, o único ganhador! Não é a toa que o banco é a instituição que mais lucra no Brasil. Os lucros dos bancos aqui batem recorde a cada semestre. Mesmo em uma conjuntura de crise econômica mundial, no Brasil, os banqueiros dão risada a toa, com os bolsos cheios.
Só há uma forma de mudar esse jogo: a categoria se organizar e lutar por mudanças. Já percebemos isso nas campanhas salariais. Tudo bem que o reajuste salarial foi abaixo do que necessitamos, mas sem a mobilização e a greve sequer teríamos aumento acima da inflação. Precisamos continuar mobilizados no dia a dia, para além da greve, denunciando os abusos e se recusando a aceitar o assédio moral e as metas absurdas. Para isso precisamos estar juntos, enquanto categoria e enquanto trabalhadores. Precisamos ser solidários com os colegas pressionados ou perseguidos. Precisamos apoiar os delegados de base mais ativos, precisamos criar organizações de base nas agências, precisamos de um sindicato que realmente esteja do nosso lado.

Vamos virar o jogo! Chamamos nossos colegas bancários e bancárias a conhecer e construir o MNOB BA, um movimento de oposição a atual diretoria do sindicato, independente dos banqueiros e daqueles que fazem o seu jogo.

Desejamos a todas e a todos um ano de 2012 de muita luta e conquistas!






Os presentes de final de ano do BB

                                                                                                                   Fonte: Oposição Bancária - RJ
O final de ano chegou recheado de surpresas para os funcionários do BB. Mas as surpresas que Dida e sua trupe prepararam para nós não têm a menor graça. Exceto pros acionistas.
As centrais de crédito foram reativadas por todo o país em busca do desafio absurdo de alcançar R$1 trilhão em ativos e superar o lucro líquido do Itaú/Unibanco. Com isso, milhares de bancários voltaram a ser deslocados de seus locais de trabalho, prejudicando ainda mais o atendimento nas agências, já conturbado no mês de dezembro. As nomeações foram suspensas até 31 de dezembro. Trabalho aos sábados, mudanças de horário, adiamento de férias, foram medidas as quais vários colegas tiveram que se submeter nesse final de ano para que o BB alcance números que nunca param de crescer.
Seguindo a linha das constantes medidas de redução de despesas administrativas, algumas dependências, em pleno verão, limitaram o horário de funcionamento dos aparelhos de ar condicionado. E a já pequena verba de QVT foi diminuída. O valor já reduzido de R$12,00 por funcionário, passará a ser de R$7,00 nas áreas meio.
Para completar, um antigo projeto foi retirado da gaveta. A desvinculação dos caixas dos prefixos das agências, com a sua migração para as PSO, que está prevista para março aqui no Rio.
Aparentemente, concentrados em preparar todas essas medidas, e ainda garantir o início das operações da nova parceria com o Banco Postal, não tem sobrado tempo para a diretoria do BB apresentar sua proposta para a questão da jornada de 6 horas.
Mais uma vez o Banco acena, mas sem um compromisso formal, com a possibilidade de resolver esse assunto. Fala-se agora em início de 2012. A pergunta que fazemos é: o que o Sindicato do Rio tem feito a respeito? Precisamos entrar com a ação da 7ª/8ª hora imediatamente. Ou o Banco continuará a nos enrolar e quando a proposta finalmente surgir, não virá em nosso benefício, sendo apresentada incluindo redução de salário.
Precisamos embrulhar de volta todos esses presentes e devolvê-los ao Dida com mais mobilização, luta e resistência em 2012. Novos desafios virão. Precisamos estar preparados para eles.
Que tenhamos lutas e conquistas em 2012

Oposição Bancária