BB vai elevar em R$ 79 bilhões crédito para pessoa física
19/09/2011 Por Cristiano Romero e Mauro Zanatta
Valor BRASÍLIA - Confiante no bom desempenho da economia nos próximos meses, o Banco do Brasil decidiu elevar, em R$ 79 bilhões, a oferta de crédito para pessoa física no último trimestre do ano. Os recursos serão emprestados nas modalidades de empréstimo consignado, financiamento à compra de automóveis e crédito direto ao consumidor (CDC). Até junho deste ano, o estoque de crédito somava R$ 122,6 bilhões.
Do total a ser liberado, R$ 48 bilhões serão oferecidos nos segmentos de consignado e CDC. O BB definiu o público-alvo desses recursos a partir de sua própria base de clientes, utilizando o sistema de CRM (sigla em inglês de Customer Relationship Management). Por meio desse sistema, o banco cruzou informações de origens distintas e identificou potenciais tomadores de crédito.
O banco estatal investiu este ano R$ 100 milhões na montagem do CRM. Além disso, está aplicando R$ 1 bilhão na reforma de agências, R$ 200 milhões na modernização da plataforma de computadores e equipamentos, R$ 350 milhões no aumento da velocidade das redes de processamento e R$ 700 milhões no aumento do número de empregados (de 60 para 70 mil).
Com base no CRM, dos 55 milhões de clientes do BB, 13 milhões são propensos a tomar crédito e hoje apenas cinco milhões têm empréstimos com o banco. Dos oito milhões restantes, 3,8 milhões, segundo informou ao Valor o vice-presidente do BB, Paulo Caffarelli, “estão limpos”, isto é, não entraram no cheque especial nem tomaram outras formas de empréstimo. Esses clientes já começaram a ser procurados pelo BB.
“Nossa meta é aumentar a rentabilidade da base de clientes”, disse Caffarelli. O aumento da carteira de crédito de PF desejado pelo BB é expressivo. Equivale a 64,4% da atual carteira. “Nunca estivemos tão preparados para fazer esse movimento.”
Com a decisão, o BB mostra que os grandes bancos não estão tirando o pé do acelerador e que, portanto, a demanda da economia segue aquecida. De julho de 2010 a junho de 2011, a carteira de pessoa física do banco estatal cresceu 21,2%, bem acima do limite projetado pelo Banco Central para este ano – de 15%. No mesmo período, o financiamento de veículos saltou 34,1%, o CDC cresceu 19% e o crédito imobiliário, 100%.
(Cristiano Romero e Mauro Zanatta - Valor)