domingo, 6 de novembro de 2011

Por que a Greve no Banco da Amazônia deve Continuar?



Sabemos que muitos trabalhadores do Banco da Amazônia estão avaliando que a melhor decisão, nesse momento, é retornar ao trabalho. O resultado da GREVE será definido pelo julgamento do TST, isso é verdade, mas o retorno ao trabalho, antes do julgamento do dissídio coletivo prejudica nosso movimento e suas possibilidades.

Antes de qualquer questão, é preciso lembrar que por orientação do governo federal, à frente a presidente Dilma o Banco não apresentou nenhuma proposta até os 18 dias de greve. A primeira proposta foi ridícula (1.400 de piso, sem, repercussão na tabela salarial) e 9% de reajuste nas demais verbas, não incluindo o reembolso do Plano de saúde. Essa proposta foi rejeitada em mesa. A segunda proposta veio um dia depois do julgamento do dissídio dos correios com a seguinte ameaça, ou aceita ou vamos ajuizar o dissídio. Nesse momento a CONTRAF/CUT e os Sindicatos do Pará, Rondônia, Acre, Roraima, Mato Groso jogaram a toalha.
A proposta que veio depois do julgamento do dissídio dos correios era de piso de R$ 1.520,00 e adiantamento de R$ 500,00 de PLR. Esse piso, como o anterior, não repercutia na tabela salarial. Essa proposta contém um engodo, o interstício entre TB1 e TB2 atualmente é de 25% e para os demais níveis de 7%. Ao elevar o “piso” para R$ 1.520,00, o Banco apenas antecipa 21% interstício do TB1 para o TB2 reduzindo para 7% como nos demais níveis, através da criação de uma VCP (Verba de Complementação Pessoal) de R$ 154,40. Mais uma vez a proposta não continha o reajuste do reembolso do Plano de Saúde e com isso significaria ou reajuste zero ou ainda negativo.
Ao não reajustar o reembolso o Banco da Amazônia aplica, na prática, reajuste zero ou negativo na remuneração tida no seu conjunto. Nesse momento, o Governo Federal e a Diretoria do Banco nos colocaram na seguinte situação, ou aceitar uma proposta com ganho real zero ou negativo ou enfrentar o dissídio coletivo no TST. Na maioria das assembléias, decidimos por não aceitar essa proposta rebaixada. Com isso, o Banco ajuizou o dissídio.
Ao ajuizar o dissídio, a Diretoria do Banco da Amazônia sabe que o TST não vai arbitrar nada sobre a pauta específica e com isso se “livra” de ter que apresentar propostas para nossos reais problemas (PCS, Saúde, Previdência,Piso salarial, reenquadramento do apoio, valorização dos técnicos científicos) percebe-se hoje claramente, que a orientação para esta postura da diretoria do Banco partiu precisamente do governo federal, uma vez que os Bancos estaduais especialmente o BRB e Banpará fecharam acordos superiories na mesa da Fenaban, o que era nossa intenção visando evitar o aprofundamento da nossa defasagem salarial em relação aos demais bancos públicos federais.
Em um processo de negociação, a diretoria do Banco da Amazônia nunca se preocupou em apresentar comprovações técnicas, numéricas para sua recusa absoluta em apresentar qualquer tipo de proposta que significasse resolver problemas históricos da categoria, a postura da AEBA, desde o inicio, foi a de defender até as ultimas conseqüências a construção de soluções para necessidade dos empregados do Banco da Amazônia, optamos, conscientemente, pela recusa da proposta do banco, por entender que ela significava na pratica a redução da nossa remuneraão global ao não contemplar o reajuste do reembolso do plano de saúde, a AEBA teve na audiência de conciliação um papel fundamental, de inicio propôs ao TST aceitar o piso de R$1.520,00 desde que o referido piso corrigi-se na mesma proporção a curva salarial e denunciou na mesma audiência, que os problemas enfrentados pelo Banco são de única e exclusiva responsabilidade da diretoria e que os trabalhadores não podem ser responsabilizados e penalizados desta forma pela má gestão da empresa, a ministra do TST porém, afirmou que a correção da tabela salarial do piso era impraticável e que o tribunal não adotaria essa medida como proposta de conciliação, a própria ministra porém, sugeriu que o banco reajusta-se o reembolso do plano de saúde em 9% e que este novo item encerra-se o processo de greve a partir daquela data, mesmo as entidades acatando a proposta da ministra, o Banco não acatou, mantendo sua política de congelar o reembolso do plano de saúde, visando anular o impacto do reajuste salarial proposto,como tem feito nos anos anteriores. A diretoria da AEBA conclama todos os trabalhadores a permanecerem em greve até o julgamento do dissídio ,e a de se manterem mobilizados para conseguirmos encerrar a fase da atual gestão do banco a partir do julgamento do TST.

Teremos duas certezas, a de que ganharemos realmente um reajuste salarial com ganho real, se o tribunal resolver conceder os 9% do reembolso do plano de saúde, ou a de que foi o tribunal que nos impôs uma proposta que não contempla ganho real, se não nos for concedido o reajuste do referido reembolso, por fim essa campanha salarial demonstrou claramente, que a situação dos empregados do banco é a ultima das preocupações da atual diretoria e do governo Dilma e que a partir de agora, teremos que redobrar nossa mobilização visando a substituição imediata do atual presidente e sua diretoria.

Fonte: http://www.aeba.org.br/