sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Censura: Polícia invade Sindicato dos Bancários de São Paulo




É incrível como a burguesia age. Eles fazem doações milionárias aos candidatos que defendam seus interesses comerciais, ocupam todo o espaço de mídia restringindo ao máximo as propostas socialistas, e proíbem as organizações operárias de fazerem doações ou apoiar uma candidatura da classe trabalhadora.

Em que pese nossas divergências políticas com a CUT temos que repudiar essa ação policial organizada por setores mais reacionários da burguesia. É preciso por um fim a essa lei que proíbe os sindicatos de participarem das campanhas eleitorais, pois as entidades sindicais têm que fazer política para nossa classe, tanto quanto a FIESP ou a FENABAN o fazem para a burguesia.

Alem do mais, a PM é um instrumento militar e sua ação, como a que ocorreu nas sedes do Sindicato dos Bancários de SP representa um atentado à democracia. As eleições, em particular o debate, não são caso de polícia e quem lança mão deste artifício é porque já perdeu a capacidade de argumentar e discutir propostas e, agora, no desespero, lança mão da truculência do estado para impedir que o debate se aprofunde na sociedade.

  • Pelo mais amplo direito de discussão e campanha entre os trabalhadores;
  • Nenhuma intervenção nos sindicatos;
  • Fora a PM e o Estado das instituições sindicais;
  • Pelo mais amplo direito de debate político nos locais de trabalho!
 
Saudações Socialistas,
Wilson Ribeiro


A pedido de Serra, Policia invade Sindicato dos Bancários

Enviado por luisnassif, sex, 05/10/2012 - 08:52
Atualizado 05/10 às 8:52
Agora à noite, oficiais de Justiça, acompanhado de policiais, invadiram as 7 sedes regionais do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Com autorização inclusive para arrombar portas e armários, abriram gavetas, vasculharam arquivos, atrás de supostos materiais de campanha contra Serra.
O pedido foi feito pela Coligação Avança São Paulo, de Serra. A ordem inicial era a de recolher a Folha Bancária que, segundo denúncias, traria material de propaganda eleitoral.
Em toda eleição, o Sindicato reserva a última edição, antes da votação, para externar a posição política da diretoria. Foi a isso que se aferrou o grupo de Serra.
Por Nilva de Souza
Ação contra jornal dos trabalhadores que trazia reportagem sobre eleição do dia 7 foi recolhido e retirado do site do SindicatoSão Paulo - A Folha Bancária foi censurada. Um policial militar e uma oficial de Justiça estiveram na sede do Sindicato na noite desta quinta-feira 4, além das regionais da entidade, com ordem de busca e apreensão da última edição da FB. A representação protocolada na 1ª Zona Eleitoral de São Paulo (Bela Vista – Capital) na mesma quinta-feira, foi assinada pela juíza Carla Themis Lagrotta Germano, e previa inclusive ordem de arrombamento, “se necessário”.
A censura teve origem em pedido da coligação do candidato José Serra (Avança São Paulo – PSDB, PSD, DEM, PV e PR) que solicitou o recolhimento dos exemplares da Folha Bancária, além da retirada da versão online do site. O mandado afirma que a “matéria denigre a imagem” de Serra.
O jornal trazia na última página reportagem que analisava as propostas e trazia o histórico dos candidatos que lideram a pesquisa à prefeitura de São Paulo: Russomano, Serra e Haddad. Também declarava o apoio da maioria da direção executiva da entidade a Fernando Haddad (PT), o único a receber e se comprometer com a Agenda da Classe Trabalhadora.
“O Sindicato tem quase 90 anos de existência e sempre lutou pela democracia e pela liberdade de expressão. Desde o ano passado estamos fazendo o debate, com os bancários, do que afeta a qualidade de vida dos trabalhadores. Além da campanha salarial e por melhores condições de trabalho, somos um sindicato cidadão se preocupa com a cidade, o estado e o país em que os trabalhadores vivem. Sabemos da importância desse debate”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. "Os trabalhadores têm direito a analisar as propostas dos candidatos. Pode haver divergência, mas repudiamos a censura”, ressalta a dirigente, lembrando que a FB coloca em prática o bom jornalismo. “Não denegrimos a imagem de ninguém. Só não pudemos noticiar o plano de governo de um dos candidatos que não tem seu material divulgado nos sites oficiais da campanha.”
Dados – O jornal Folha Bancária circula desde 1939, o site do Sindicato está no ar desde 2005. É a primeira vez que sofrem censura.
O advogado do Sindicato, Luiz Eduardo Greenhalgh, estranha o desrespeito com que a liminar foi cumprida no Sindicato. “Entraram. Foram recepcionados por funcionários do Sindicato e invadiram as dependências. Comportamento estranho, que não é a conduta costumeira da Justiça eleitoral de São Paulo”, afirma. “Com relação ao mérito vamos contestar e tentar suspender a busca e apreensão.”
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, está sendo usurpado o direito de informação dos trabalhadores. “Todos os veículos se expressam e respeitamos. Defendemos a liberdade de imprensa, o direito à livre manifestação e foi isso que colocamos em prática. É o nosso ponto de vista, podem concordar ou discordar, mas não censurar”, ressalta o dirigente.
Revista do Brasil – Esta é a terceira vez que Serra investe contra a liberdade de expressão dos trabalhadores, quando o assunto não lhe agrada. Em 2006 e 2010, duas edições da Revista do Brasil, uma que trazia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra com a então candidata à presidência Dilma Rousseff, foram censuradas por solicitação da coligação tucana à época daquelas eleições. A Revista do Brasil é mantida por cerca de 60 sindicatos de diversas categorias profissionais.