Nos dias 5 e 6 de outubro de 2013, na cidade de Sarzedo-MG
(região metropolitana) acontecerá o 1º Encontro Nacional do Movimento Mulheres
em Luta – MML. Fazemos parte da CSP-Conlutas, uma central autônoma com relação
aos partidos, democrática no seu funcionamento e de oposição às práticas
burocráticas do velho sindicalismo. O MML organiza mulheres trabalhadoras em
toda a sua diversidade, desde a juventude, movimentos populares e culturais,
negras, brancas, lésbicas, empregadas, aposentadas e desempregadas. Acreditamos
na luta classista e na aliança de mulheres e homens para a destruição do
capitalismo como elementos fundamentais para livrar o mundo da exploração e da
opressão.
Vivemos em uma sociedade machista e por isso, os problemas
sentidos pela classe trabalhadora são mais sentidos ainda pelas mulheres
trabalhadoras. Somos nós quem mais sentimos pela falta de acesso e pela baixa
qualidade dos serviços públicos como saúde, educação, transporte e moradia,
entre outros. A violência sexual e doméstica se soma a estes problemas e mostra
sua face mais perversa para as mulheres de nossa classe, que enfrentam maiores
dificuldades para superar as consequências das agressões – seja pela pobreza,
falta de instrução ou pela dificuldade em acessar recursos para sua proteção e
de seus filhos e familiares. São muitas as que morrem em decorrência de ações
violentas, cometidas principalmente por homens com quem aquelas convivem.
Como se não bastasse, ainda assistimos a enormes retrocessos
como o Projeto de Lei intitulado Estatuto do Nascituro, que impede que a mulher
tenha acesso ao aborto legal decorrente de estupro, dando direitos ao
estuprador sobre a criança nascida da violência e tornando culpada a mulher
vítima da agressão.
Durante a campanha eleitoral, Dilma Roussef, eleita primeira
presidente mulher do Brasil, prometeu acolher os problemas e reivindicações das
mulheres trabalhadoras e realizar grandes transformações em suas vidas,
argumentando ser mais sensíveis a estas pelo fato de ser mulher. Infelizmente,
assistimos ao corte de verbas destinadas ao combate à violência contra a mulher
e o aumento do número de casos; a diferença salarial entre homens e mulheres
nas mesmas funções continua enorme; as 6 mil creches prometidas pelo Governo
Federal estão longe de serem construídas. Ao invés disso, tanto o PT quanto o
PMDB, PSDB e DEM atendem às demandas dos empresários e banqueiros, priorizando
as obras da Copa, o pagamento da dívida pública e as isenções fiscais aos donos
de indústrias.
A explosão de manifestações no Brasil deu esperança de que
podemos conquistar direitos atrasados através da nossa luta. As manifestações
são parte das lutas que ocorrem contra as ditaduras no mundo árabe e contra os
ataques decorrentes da crise econômica internacional. E a presença das mulheres
chama a atenção, e desmentem os que dizem que nosso lugar é na cozinha. No
Brasil, fomos para as ruas para cobrar os governos mais direitos, investimentos
aos serviços públicos básicos, como saúde, educação, transporte e moradia. A
redução da tarifa do transporte em muitas cidades foi o exemplo de que lutando
é possível vencer.
As categorias organizadas pelos sindicatos e centrais são
parte muito decisiva dessa luta porque podem parar o país ao parar fábricas e
serviços. Elas chamaram dias de paralisações, greves e protestos nos locais de
trabalho, em 11 de julho e no dia 30 de agosto. O 1º Encontro Nacional do
Movimento Mulheres em Luta faz parte desse momento. Queremos reunir todas as
expressões da luta das mulheres, aquelas que há tempos militam em movimentos,
sindicatos, as que fizeram greve pela primeira vez, as que foram parte ou não
das manifestações, mas que olharam com simpatia para esse novo momento.
Queremos reunir as diversas esperanças depositadas nessa nova onda de lutas. E
transformar essas esperanças em ação e organização. Para isso, também
precisamos avançar na estruturação e na organização do MML, debatendo e
definindo um estatuto, elegendo uma nova Executiva Nacional, que junto com as
executivas estaduais, eleitas durante os anos de 2012 e 2013, possa encabeçar a
organização dessas lutas e campanhas.
A Bahia se prepara para enviar uma delegação de mulheres ao
1º Encontro Nacional do MML. Mulheres de todas as categorias profissionais,
estudantes, aposentadas, donas de casa, desempregadas, sejam ou não ativistas
de movimentos sociais e culturais podem participar do Encontro compor a
delegação. Para isso, o MML Bahia está organizando Plenárias para discutir o
Encontro e organizar a ida das mulheres interessadas. Em Salvador, a Plenária ocorrerá dia 14 de setembro, às 14h (local
ainda a definir). A participação na Plenária é fundamental para que as
mulheres interessadas possam compor conosco delegação da Bahia e realizar as
discussões sobre o Encontro.
Clique aqui para realizar a sua inscrição e saber o passo-a-passo do
credenciamento no 1º Encontro Nacional do MML
Participe do 1º Encontro Nacional do MML! Procure o MML-Bahia
no Facebook, entre em contato através do e-mail mulheres.emlutabahia@yahoo.com.br e participe da lista de discussão no
Yahoo! Grupos através do e-mail mmlbahia-subscribe@yahoogrupos.com.br. Venha construir uma alternativa
classista para as mulheres da classe trabalhadora!