domingo, 30 de março de 2014
Carta de São Paulo: Vamos voltar às ruas! Na Copa vai ter luta!
Chega de dinheiro
para a Fifa, grandes empresas e bancos!
Recursos públicos para saúde, educação, moradia, transporte público e reforma agrária!
Basta de violência e criminalização das lutas populares! Ditadura nunca mais!
Recursos públicos para saúde, educação, moradia, transporte público e reforma agrária!
Basta de violência e criminalização das lutas populares! Ditadura nunca mais!
O país se prepara
para a Copa do Mundo. Nosso povo gosta de futebol e quer apoiar a seleção
brasileira. O governo e a mídia tratam de transformar tudo isso em uma grande
festa nacional e internacional. Mas nada disso pode esconder uma certeza:
o Brasil vai se consagrando como campeão da desigualdade, injustiça, exploração
e violência contra seu próprio povo.
Estamos convivendo
com o caos da saúde pública, o descaso com a educação, a precariedade do
transporte e nos serviços públicos, nas três esferas, assim como a falta de
moradia e de terra para plantar e produzir alimentos. Desde junho do ano
passado este tem sido o grito cada vez mais alto dos trabalhadores e da
juventude brasileira. Os governos –federal, estaduais e municipais – não
atendem as reivindicações dos que lutam. Nunca tem verbas para atender as
necessidades do povo.
Para bancos e
grandes empresas nunca faltam recursos. O governo isenta as empresas de pagar
impostos, repassa quase metade do orçamento para os banqueiros todos os anos
através do pagamento da dívida pública. Além disso, o patrimônio publico é
privatizado e entregue aos empresários, do petróleo aos portos, aeroportos e
estradas.
Isto condena os
trabalhadores a uma condição de vida cada vez pior. Dentro da classe
trabalhadora, as mulheres, negros e negras e LGBT’s sofrem ainda mais com essa
política, pois estão também sujeitos a toda sorte de discriminação e violência.
Na periferia das grandes cidades a única presença visível do Estado é a da
polícia, promovendo um verdadeiro genocídio contra a juventude e a população
pobre e negra.
As mobilizações dos
trabalhadores e demais segmentos são violentamente atacadas pela polícia. Há
uma escalada militarista e um processo de criminalização dos ativistas e jovens
lutadores, com prisões, inquéritos policiais e administrativos, e demissões dos
que lutam. Esta política tem sido praticada pelos governos dos estados (PMDB,
PSDB, PSB, PT etc).
Mas o governo Dilma
segue o mesmo caminho, colocando a Forca Nacional de Segurança e o Exército
Brasileiro a serviço da repressão das lutas populares. Tudo isso acontece
quando se completam os 50 anos da instauração da ditadura militar no Brasil. Ao
invés de punir os torturadores do passado e revogar toda a legislação
antidemocrática faz o contrário, não atende as necessidades da população e quer
impedir o povo de lutar por seus direitos, assim como na ditadura. Lamentável!
Os trabalhadores
estão lutando e buscando fazer ouvir a sua voz. Assim o fizeram os garis do Rio
de Janeiro, em pleno carnaval carioca mostraram ao mundo a real situação a que
são submetidos. Assim também fizeram os rodoviários de Porto Alegre (RS), os
operários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e tantas outras
categorias, como os servidores federais que estão iniciando sua campanha
salarial deste ano. O movimento popular luta sem trégua por moradia e por
melhores condições de vida nos bairros.
Na Copa, vamos
ocupar as ruas
A Copa do Mundo é mais uma expressão desta política desigual que privilegia poderosos e impõe situação de penúria à maioria da população. O governo federal e dos estados estão gastando mais de R$ 34 bilhões com a construção e reforma de estádios, aeroportos outras obras para a Copa, dinheiro colocado nas mãos de empreiteiras, enquanto a população pobre é despejada de suas casas para dar lugar a essas obras.
A Copa do Mundo é mais uma expressão desta política desigual que privilegia poderosos e impõe situação de penúria à maioria da população. O governo federal e dos estados estão gastando mais de R$ 34 bilhões com a construção e reforma de estádios, aeroportos outras obras para a Copa, dinheiro colocado nas mãos de empreiteiras, enquanto a população pobre é despejada de suas casas para dar lugar a essas obras.
Chega! Vamos dar um
basta nesta situação. Vamos apoiar e unificar as lutas que já estão em curso e
unificar as nossas bandeiras. Voltaremos às ruas com grandes mobilizações
sociais em todo o país no período da Copa do Mundo. Vamos mostrar ao mundo que
o que acontece de fato no Brasil é a destinação do dinheiro público para as
mãos de poucos beneficiados, entre eles a Fifa, grandes empresas e bancos. Nós
queremos recursos públicos para saúde, educação, moradia, transporte público e
reforma agrária!
Vamos voltar às
ruas!
Nossas
reivindicações:
- Chega de dinheiro para a Copa, Fifa e para as grandes empresas! Recursos públicos para a saúde e educação! 10% do PIB para a educação pública, já! 10% do orçamento federal para a saúde pública, já!
- Chega de dinheiro para a Copa, Fifa e para as grandes empresas! Recursos públicos para a saúde e educação! 10% do PIB para a educação pública, já! 10% do orçamento federal para a saúde pública, já!
- Chega de
dinheiro para os bancos! Suspensão imediata do pagamento das dívidas externa e
interna! Dinheiro para a moradia popular e para o transporte coletivo! Tarifa
zero já! Transporte e moradia são direitos de todos!
- Chega de
arrocho salarial e desrespeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras!
Fim do fator previdenciário! Aumento das aposentadorias! Anulação da reforma da
Previdência de 2003 e do Funpresp!
- Respeito aos
direitos dos trabalhadores assalariados do campo e agricultores familiares!
Reforma agrária e prioridade para a produção de alimentos para o povo!
- Chega de
privatizações! Reestatização das empresas privatizadas! Petróleo e Petrobras
100% estatal! Estatização dos transportes!
- Basta de machismo,
racismo, homofobia e transfobia!
- Respeito aos
direitos dos povos originários, quilombolas e indígenas!
- Basta de
violência, repressão e criminalização das lutas sociais! Desmilitarização da
PM! Arquivamento de todos os inquéritos e processos contra movimentos
sociais e ativistas! Liberdade imediata para todos os presos! Revogação das
leis que criminalizam a luta dos trabalhadores e da juventude! Ditadura nunca
mais!
Plano de lutas
Vamos transformar nossa indignação em um amplo processo de mobilização social para defender nossas demandas e reivindicações. Lançamos este Manifesto como um chamado a todos e todas que neste pais querem lutar por uma vida melhor. E orientamos a realização de encontros e plenárias em todos os estados, que reúnam todos os lutadores e lutadoras de cada região, preparando de forma concreta as mobilizações previstas no calendário de lutas.
Vamos transformar nossa indignação em um amplo processo de mobilização social para defender nossas demandas e reivindicações. Lançamos este Manifesto como um chamado a todos e todas que neste pais querem lutar por uma vida melhor. E orientamos a realização de encontros e plenárias em todos os estados, que reúnam todos os lutadores e lutadoras de cada região, preparando de forma concreta as mobilizações previstas no calendário de lutas.
Calendário
A organização das manifestações começa efetivamente em abril e maio, com a realização de plenárias nos estados. Entre os dias 1º e 3 de maio, acontecerá o I Encontro de Atingidos por Megaeventos e Megaempreendimentos, em Belo Horizonte (MG). Haverá ainda o Dia Internacional contra as Remoções da Copa, marcado para 15 de maio. Segue abaixo o calendário.
A organização das manifestações começa efetivamente em abril e maio, com a realização de plenárias nos estados. Entre os dias 1º e 3 de maio, acontecerá o I Encontro de Atingidos por Megaeventos e Megaempreendimentos, em Belo Horizonte (MG). Haverá ainda o Dia Internacional contra as Remoções da Copa, marcado para 15 de maio. Segue abaixo o calendário.
- 22 de
março: Encontro Nacional “Na Copa vai ter luta”.
- Abril e
Maio: Realização dos encontros plenárias nos estados para organizar o calendário
de lutas.
- Abril:
Realização de um ato nacional contra a criminalização das lutas, dirigentes e
ativistas, da população pobre e de periferia, vinculando ao aniversário dos 50
anos do golpe militar de 1964. Ampliar essa iniciativa para além dos movimentos
sociais, procurando outras entidades como a OAB, ABI, Comissão Justiça e Paz,
Comissões de Direitos Humanos etc.
- 28 de
abril: Dia de luta e denúncia dos acidentes de trabalho.
- Abril e
maio: Jornada de lutas convocada por vários segmentos do movimento popular
para defender o direito à cidade (moradia, transporte e mobilidade, saneamento
etc.).
- 1º de
maio: O Dia Internacional do Trabalhador/a será com a organização e
participação em atos classistas.
- 1º a 3 de
maio: I Encontro de Atingidos por Megaeventos e Megaempreendimentos (Belo
Horizonte - MG).
- 15 de
maio: Dia Internacional contra as Remoções da Copa.
- 12 de
junho: Abertura da Jornada de Mobilizações “NA COPA VAI TER LUTA”, com
grandes mobilizações populares em todas as grandes cidades do país.
- Período
dos jogos da Copa: realização de manifestações nos estados conforme
definição dos encontros e plenárias estaduais
- 15 e 16
de julho: Mobilizações contra a Cúpula dos BRICS (Fortaleza).
- 1º a 7 de
setembro: Semana da Pátria e Grito dos/as Excluídos/as, com o lema: “Ocupar
ruas e praças por liberdade e direitos”.
CSP-Conlutas
A CUT Pode Mais (RS)
Feraesp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo)
Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal)
Jubileu Sul
Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social)
Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior)
Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica
FNTIG (Federação Nacional dos Trabalhadores em Indústrias Gráficas)
FNP (Federação Nacional dos Petroleiros)
Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais)
Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas)
Asfoc (Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz)
Sindicato dos Metroviários de São Paulo
CPERS (Centro dos Professores do Estado do RS/Sindicato)
Simpe-RS (Sindicato dos Servidores Públicos do RS)
APCEF-RS (Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal-RS)
Sindserf-RS (Sindicato dos Servidores Públicos Federais)
Sindjus (Sindicato dos Servidores da Justiça do RS)
Sindicato dos Aeroviários do Rio Grande do Sul
Anel (Assembleia Nacional de Estudantes – Livre)
MTL (Movimento Terra e Liberdade)
Luta Popular
Quilombo Raça e Classe
MML (Movimento Mulheres em Luta)
Coletivo Construção Juntos
Na Copa vai ter Luta!
ENCONTRO NACIONAL DO ESPAÇO UNIDADE DE AÇÃO
REÚNE 2.500 LUTADORES
REÚNE 2.500 LUTADORES
Foto de ANDES/SN
Encontro reuniu trabalhadores, estudantes e os que lutam contra a
opressão e definiu calendário de lutas no período da Copa
A abertura da Copa do Mundo será acompanhada de grandes manifestações
populares em diversas cidades do país. 12 de junho foi escolhida como a data de
início da Jornada de Mobilizações "na Copa vai ter Luta", organizada
pelas entidades que se reuniram no Encontro Nacional do Espaço Unidade de Ação,
neste sábado, dia 22, em São Paulo-SP.
Após cerca de oito horas de discussões, os mais de 2.500 lutadores de
diferentes entidades sindicais, estudantis, sociais e populares aprovaram o
manifesto, a Carta de São Paulo, "Vamos voltar às ruas - Na Copa vai ter
luta" e o calendário de mobilizações.
O objetivo desta iniciativa é dar uma passo importante na unidade dos
que querem lutar durante a Copa no Brasil. As entidades participantes pretendem
mostrar ao mundo o destino dado ao dinheiro público, com gastos abusivos na
construção de estádios e infraestrutura, em que os grandes beneficiados são a
Fifa e empreiteiras. "Nós queremos recursos públicos para saúde, educação,
moradia, transporte público e reforma agrária!", diz ainda o manifesto.
As manifestações da Copa também serão impulsionadas pelas lutas dos
diversos segmentos da sociedade. Pela disposição dos presentes, 2014 será um
ano de muita luta e resistência a começar pelas greves que ocorreram
recentemente como a dos rodoviários de Porto Alegre, os garis do Rio de Janeiro
e os operários do Comperj. Além dessas, as campanhas que vem se forjando como
as dos servidores públicos federais e as mobilizações dos movimentos populares
com as ocupações por moradia e os enfrentamentos a que são submetidos em suas
lutas.
O Encontro aconteceu na quadra poliesportiva do Sindicato dos
Metroviários de São Paulo.
O Encontro
Foto de ANDES/SN
Pela manhã, a mesa de abertura foi composta por representantes da
CSP-Conlutas, de A CUT Pode Mais, Condsef, Feraesp, Fenasps, Jubileu Sul e das
greves do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), Rodoviários de
Porto Alegre e Garis do Rio de Janeiro, os quais receberam uma saudação
calorosa do plenário.
Em seguida os participantes do Encontro se dividiram em grupos temáticos
para segmentação dos debates nos seguintes temas: criminalização dos movimentos
sociais, discriminação e violência: luta contra opressões; defesa dos serviços
públicos – contra as privatizações; passe livre e transporte público;
financiamento público para a educação pública; luta por moradia e direito à
cidade; reforma agrária; direitos da aposentadoria; luta contra as
terceirizações, liberdade de organização sindical; saúde do trabalhador;
cultura; e descriminalização das drogas.
Após os debates em grupo, os lutadores saíram às ruas, numa passeata na
Radial Leste, para dar um recado à presidenta Dilma Rousseff: "Dilma,
escuta, na Copa vai ter luta", gritavam os manifestantes, que ocuparam a
avenida das 14 às 14h30min. Após uma pausa para o almoço, as atividades foram
retomadas numa plenária final, que aprovou o calendário de lutas, a carta do
Encontro e várias moções.
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