sábado, 14 de novembro de 2009

Relatório da Reunião do MNOB - BA

No último sábado, dia 08/11, ocorreu a reunião do MNOB/ BA com a participação de Luciene (BB), Rafante (CEF), Rodrigo (BB) e Wellington (BB). Cati e Neydson (BB) avisaram que não chegariam a tempo.

Pauta:
1. Balanço da Greve
2. Compensação das horas
3. Contrução e organização do MNOB na Bahia
4. Encaminhamentos
1) Fizemos, inicialmente, um balanço da greve deste ano. Por um lado, avaliamos que a greve foi muito forte e contou com uma adesão surpreendente. Por outro lado, essa adesão não se converteu em participação nas assembléias e nos piquetes. Consideramos que a causa desta “apatia” está no descontentamento e na desconfiança que a categoria tem em relação às posturas da diretoria do sindicato, seja pela falta de consulta durante a campanha salarial, seja pela submissão à Contraf e ao governo nos momentos decisivos da greve. Apesar disso, acreditamos que a greve foi fundamental para evitar que os banqueiros e o governo impusessem um acordo pior e também serviu para que os bancários avancem na compreensão de que é preciso mudar a forma como a campanha salarial é construída. Por fim, identificamos que muitos colegas confundem o sindicato (a entidade) com sua direção política (os diretores) e tendem, em função das traições, a se afastar da luta sindical. Por isso, é muito importante apresentar uma alternativa de direção para a categoria para que este descontentamento com a Contraf e com o sindicato não se transforme em desânimo e falta de perspectiva.

2) Discutimos também a compensação das horas da greve. De forma geral, entendemos que esta é uma forma de punição aos grevistas e visa enfraquecer o movimento bancário para a campanha salarial do ano que vem, além de economizar no pagamento das horas extras. O objetivo do governo e dos banqueiros é fazer a categoria acreditar que a greve não valeu a pena, já que agora temos que trabalhar até duas horas a mais por dia. A pressão pela compensação está sendo proporcional à força da greve e já há casos de denúncias de prática de assédio moral por parte dos gerentes, principalmente no BB. Lembramos que a responsabilidade pela extensão da greve foi unicamente do governo e dos banqueiros, que enrolaram na mesa de negociação, demorando duas semanas para apresentar a primeira proposta. Além de toda argumentação política contrária à compensação das horas, entendemos que é importante buscar um embasamento legal que ajude no questionamento dessa punição aos bancários. Fazer uma campanha contra a compensação até o fim do ano é importante para sairmos da greve com mais força para a próxima campanha salarial.

3) No ponto sobre a construção e a organização do MNOB aqui na Bahia, reafirmamos a necessidade de construir uma alternativa de direção para a categoria. Para isso, devemos construir essa oposição com um trabalho cotidiano na base, acompanhando e apoiando as lutas que ocorrerem (a exemplo da resistência à compensação das horas, o PCS no BB, etc) e contribuindo para o avanço na consciência dos bancários em relação às condições de trabalho e ao papel dos banqueiros e do governo. É fundamental termos reuniões e boletins regulares. Além disso, precisamos estar perto e ouvir as reais demandas da categoria para impulsionar sua organização e mobilização. Ou seja, precisamos construir uma alternativa de fato, que represente um projeto completamente distinto em relação às práticas e às posições políticas da Contraf/CUT e da CTB. Uma alternativa que não se limite apenas ao nosso estado, mas que esteja ligada a um movimento nacional, com outras oposições e os sindicatos de luta que o compõem. Movimento este que faz parte da Conlutas, um instrumento de luta que surgiu no atual processo de reorganização do movimento sindical e que caminha para a unificação com a Intersindical e outros movimentos sociais, na perspectiva da construção de uma central sindical e popular.

4) Com base nessas discussões, decidimos fazer os seguintes encaminhamentos:

a) Fazer reuniões mensais para nos formarmos politicamente e para discutir as nossas ações na base da categoria, assim como o conteúdo do boletim que distribuiremos. A próxima reunião está marcada inicialmente para o dia 05 de dezembro e discutiremos o texto “A face privada de um banco público: os experimentos flexíveis no Banco do Brasil!”, que trata do processo de reestruturação e flexibilização do trabalho no BB, como a terceirização e os planos de demissão voluntária. Esse texto está no livro “Riqueza e miséria do trabalho no Brasil”, organizado por Ricardo Antunes. Além disso, escolheremos um texto que fale sobre o processo de reorganização da classe trabalhadora no Brasil.

b) Fazer boletins mensais para auxiliar nosso trabalho de base na categoria. Esse boletim será financiado por nós e pelas campanhas de arrecadação que faremos junto aos colegas de trabalho. O conteúdo do próximo boletim é o balanço da greve e a campanha contra a compensação das horas. Wellington é o responsável por esboçar a primeira parte e Rodrigo pela segunda, seguindo depois para a avaliação de todos. Isso será feito durante esta semana e o boletim deve estar pronto para ser distribuído na próxima segunda-feira.

c) Rafael ficou responsável pela criação de uma lista de e-mail do MNOB/BA para facilitar a comunicação e a troca de informação entre os membros.

d) Luciene e Wellington estão responsáveis por fechar a prestação de contas das contribuições feitas antes e durante a greve para a confecção das camisas e dos boletins.

e) Ficamos de avaliar uma alternativa para integrar os colegas que se dispõem a construir a oposição conosco, mas não podem se reunir aos sábados.
MNOB BA
Sindicato propõe encontro nacional para preparar a luta e organizar a resistência na Nossa Caixa

Cumprindo decisão assemblear e buscando unidade para lutar, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas convoca todas as demais entidades sindicais a construir e realizar em conjunto um grande e democrático encontro nacional, em São Paulo, aberto a todos os bancários da Nossa Caixa

Na Trincheira 109
10/11/2009

Diante do processo de incorporação da Nossa Caixa pelo BB, já em curso e a todo o vapor, a direção do nosso sindicato entende ser urgente a necessidade de intensificar os debates entre todos os bancários e seus representantes. Nesse sentido, nossa entidade já está convocando, publicamente, todo o movimento sindical para somar esforços e arregaçar as mangas na construção de um amplo, democrático e inadiável encontro nacional dos bancários da Nossa Caixa.

Como já fez no histórico capítulo contra a venda do banco paulista, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas reafirma sua intenção de deixar de lado todas e quaisquer divergências políticas ou ideológicas para construir uma ampla frente de luta em defesa dos bancários da Nossa Caixa nesse especial momento de sua incorporação pelo BB.

Os bancários da Nossa Caixa não podem ficar à mercê das ideias, propostas e até dos desmandos dos diretores do BB. Nosso sindicato entende que se fazem absolutamente necessárias e urgentes a elaboração e a apresentação de uma pauta de reivindicações e propostas por parte dos funcionários da Nossa Caixa à direção do Banco do Brasil. Nada de ficar a reboque, esperando que o patrão proponha para reagir só depois!

Vale ressaltar, com a devida ênfase, que a realização de um encontro nacional aberto dos bancários da Nossa Caixa foi discutida e aprovada em assembleias, em Bauru e São Paulo, ainda durante a campanha salarial, tratando-se, assim, de uma decisão assemblear, que agora deve ser cumprida por essas entidades sindicais, engajando-se e esforçando-se na construção desse fórum. A direção do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas sugere que tal encontro seja realizado em São Paulo, no dia 28 de novembro, sábado, dando oportunidade e facilitando, assim, em todos os sentidos, a participação de bancários da Nossa Caixa de todos os cantos do estado -- e de fora dele --, num dia em que todos podem, teoricamente, estar presentes, num fim de semana. Todos se lembram do grande encontro nacional aberto dos bancários da Nossa Caixa, realizado em julho do ano passado, em São Paulo, no ginásio da Portuguesa, num sábado. Milhares de trabalhadores puderam estar presentes e o encontro acabou se tornando um evento histórico, extremamente representativo e democrático. De Bauru, saíram três ônibus repletos de funcionários.

Assim como o Sindicato dos Bancários de Santos, que já fez essa avaliação também em seu site, a direção do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas avaliam que vários e relevantes assuntos e temas devam ser urgentemente abordados pelo conjunto dos trabalhadores e do movimento sindical, como, por exemplo, a eventual realocação de trabalhadores, os planos de saúde e previdência, o PCS, a situação dos funcionários de administração e de rede, entre outros. Além disso, com ainda mais ênfase, surge também a urgente necessidade de se discutir intensamente o tema do PDV, recentemente apresentado pelo BB (vide página 2).

Nesse momento, temos que estar todos unidos e preparados para o enfrentamento. É preciso construir uma ampla frente de luta em defesa intransigente dos bancários da Nossa Caixa. E, a nosso ver, essa resistência deve ser potencializada na realização do encontro nacional aberto, em São Paulo, dia 28/11, sábado. Vamos à luta, até a vitória!