sábado, 24 de setembro de 2011

Trabalhadores da Embraer entram em greve

Nesta Campanha Salarial, os metalúrgicos lutam pelo reajuste salarial de 17,45%, sendo 9,75% de aumento real


Fonte: Sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos  (22/09/2011)


Os metalúrgicos do 1º turno da Embraer, unidade da Faria Lima, em São José dos Campos, aprovaram, na manhã desta quinta-feira, dia 22, a realização de uma greve por 24 horas. Logo após a assembleia, por volta das 7h, os trabalhadores saíram em passeata até o Jardim Paulista.

Cerca de três mil trabalhadores participaram da manifestação. Uma nova assembleia vai acontecer na entrada do segundo turno, a partir das 15h.

Esta é a primeira greve realizada pelos metalúrgicos da Embraer em pelo menos dez anos e é resposta à intransigência da empresa, que se recusa a iniciar negociações imediatas pela Campanha Salarial com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a antecipar a data-base de novembro para setembro, a exemplo do que já ocorre em toda a categoria.

Nesta Campanha Salarial, os metalúrgicos lutam pelo reajuste salarial de 17,45%, sendo 9,75% de aumento real, direito a eleição de Delegados Sindicais e melhores condições de saúde e segurança para os trabalhadores.

Entre as principais reivindicações também está a redução da jornada para 40 horas semanais. Atualmente, a Embraer pratica 43 horas, uma das maiores da região e a maior do mundo entre as empresas do setor aeronáutico.

Na última segunda-feira, os trabalhadores votaram estado de greve e deram prazo de 48h para a empresa responder às reivindicações.

“Não vamos aceitar que a Embraer tente novamente empurrar a data-base para dissídio, e nem que venha apenas com reposição da inflação. Esta greve é para mostrar para a empresa que os trabalhadores estão insatisfeitos e que não aguentam mais essa jornada excessiva. Aqui, ninguém está para brincadeira. Os metalúrgicos vão lutar por seus direitos e a empresa terá de respeitar isso”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.

Atualmente, as negociações do setor aeronáutico são feitas entre a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o Sindicato dos Metalúrgicos. Os trabalhadores exigem que as negociações passem a ser direto com a Embraer, maior empresa do setor. Somente em São José dos Campos, a fabricante de aviões possui cerca de 12 mil funcionários.



Passeata


Os trabalhadores fizeram uma passeata da entrada Embraer até o Jardim Paulista, que durou cerca de 2 horas. No trajeto, houve manifestações de apoio, como um “buzinaço” de carros e motos. A passeata terminou por volta das 9h.

“Essa grandiosa manifestação vai mostrar para a população de São José dos Campos que a Embraer não é essa empresa que todo mundo sonha. Esta passeata é um fato histórico que será visto e lembrado por todos. Estamos mostrando que não vamos nos calar e que, se não tiver negociação, uma nova greve pode ser deflagrada”, afirma Herbert.