segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Sem acordo no TST, greve dos trabalhadores dos Correios vai a julgamento nesta terça-feira
A nova audiência de conciliação no TST (Tribunal Superior do Trabalho) para tratar sobre a greve dos trabalhadores dos Correios não resolveu o impasse entre empresa e representantes da categoria. O caso vai para julgamento no SDC (Seção de Dissídios Coletivos) do TST, composta de nove ministros. A seção ocorrerá nesta terça-feira (11) às 16h.
A audiência com o ministro do TST João Oreste Dalazen ocorreu na tarde desta sexta-feira (7). Já no inicio da reunião foi apresentado a Dalazen a rejeição dos 35 sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios ao acordo feito anteriormente .
A proposta foi rechaçada pela categoria, pois previa o desconto dos dias parados e, além disso, o reajuste estava muito abaixo da pauta de reivindicações do setor. A categoria quer compensação total dos dias.
A ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) propôs na ocasião o desconto de 12 dias e compensação dos outros 12.
O TST apresentou então a nova proposta que previa a devolução dos dias já descontados em folha de pagamento, a serem pagos em 12 parcelas a partir de janeiro de 2012 e a compensação dos demais.
Além do reajuste de 6,87%, abono imediato de R$ 800 e aumento linear de R$ 60 a partir de janeiro/2012.
A empresa aceitou o acordo, porém o representante da categoria salientou que o desconto dos dias é um retrocesso, e que desde 1997 existe compensação. Diante do impasse a proposta foi rejeitada e o dissídio foi levado a julgamento.
Para o membro da FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios) Geraldo Rodrigues, o Geraldinho, a greve é muito forte nacionalmente, sendo assim, o governo e a empresa estão tentando a todo custo derrotar o movimento. “Esse mesmo governo que foi eleito com o voto dos trabalhadores dos Correios está atacado nossos direitos”, ressaltou.
Para Geraldinho, a avaliação feita é de que a greve tem que continuar. “Temos que nos manter fortes em nossa luta. Além disso, não podemos aceitar a liminar do TST de que 40% da categoria deve voltar ao trabalho”, salientou.
É necessário que todos os sindicatos enviem caravanas a Brasília para cobrar do TST que a greve não seja julgada abusiva. “Nossa paralisação tem sido pacifica, estamos fazendo um movimento legitimo e nos resguardando no direito de greve garantido por lei para conquistarmos o atendimento de nossas reivindicações”, finalizou.