A
autonomia do Banco Central ganhou destaque no debate eleitoral após a candidata
Marina Silva (PSB) defender a independência formal do banco em relação ao
governo. A candidata Dilma (PT) tem aproveitado essa proposta de Marina para
acusá-la de ser a candidata dos banqueiros. Como parte do calendário de nossa campanha
salarial, o Comando Nacional dos Bancários, dirigido pela Contraf-CUT, propôs a
realização de atos em várias capitais contra a proposta de autonomia.
O
Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB/CSP-Conlutas) participa destes
atos por entender que um Banco Central formalmente autônomo é ainda mais suscetível aos
interesses dos bancos. No entanto, não basta ser contra a autonomia formal,
porque na prática o governo Dilma já garante a autonomia operacional e os
banqueiros já mandam no país.
Para que o Bacen se
livre da pressão dos bancos é necessário mudar toda a atual política econômica,
sustentada em juros altos, endividamento da população e privilégio na
destinação dos recursos públicos para o pagamento de juros e amortização da
dívida aos bancos, principais detentores dos títulos públicos.
Devemos exigir nos atos:
à
a revogação da resolução que autoriza os correspondentes bancários, medida do Bacen que liberou
a terceirização no setor;
à
o aumento do compulsório para os bancos que reduzirem postos de trabalho;
à
o rechaço às privatizações, exigindo que o BB volte a ser 100% estatal,
eliminando a pressão dos acionistas privados.