domingo, 21 de dezembro de 2014

Nota do MNOB-BA sobre a proposta de privatização da CAIXA



Foi noticiado pelo jornal Folha de São Paulo, edição deste domingo, a intenção do governo Dilma-PT de abertura do capital da Caixa Econômica em 2016, precedido de um cuidadoso processo de "saneamento", ou seja, reestruturação e cortes de direitos para deixar o banco apetitoso ao capital privado.

A maioria dos bancários da Caixa votou pela reeleição de Dilma Roussef-PT por acreditar no discurso de defesa e fortalecimento dos bancos públicos feito por ela e por temer a possibilidade de desmonte e a privatização da empresa caso Aécio Neves-PSDB saísse vitorioso.

Passadas as eleições, o governo do PT/PCdoB esqueceu todo o discurso de campanha e revelou seus verdadeiros intentos. Desde as primeiras medidas anunciadas, o aumento da taxa básica de juros, aumento da meta de superávit primário, o reajuste da gasolina, passando pela formação da equipe econômica e composição dos ministérios, Dilma-PT demonstra que seguirá governando para as grandes empresas, o agronegócio e os bancos.

A proposta de privatização da Caixa é mais uma medida das muitas que virão desse governo, na tentativa de fazer com que nós trabalhadores paguemos o preço da crise econômica, enquanto os interesses e lucros privados são priorizados. É preciso superar as ilusões nos governos de coalizão do PT/PCdoB. Na Bahia, por exemplo, Rui Costa já anunciou a privatização da Ebal, EBDA, Bahiatursa, mudanças na previdência dos servidores estaduais e cortes diversos no orçamento social.

Nenhuma medida privatizante poderá trazer benefícios para os trabalhadores e nem para as empresas públicas. São fartos os exemplos do período FHC e são muitos os exemplos também durante os governos do PT/PCdob. O processo em curso de abertura do capital dos Correios, por exemplo, veio acompanhado de privatização do plano de saúde e previdência dos ecetistas. Existe uma dura reestruturação dentro dos Correios que afeta as condições de trabalho e a saúde dos trabalhadores. A privatização interna da Petrobras, só favoreceu a corrupção e a precariedade das condições de trabalho. Está colocada a possibilidade de perdermos ainda mais direitos.

O combate a proposta de privatização precisa começar desde já. Não podemos esperar para ver. Nem mesmo esperar a campanha salarial do ano vem. É preciso organizar a resistência agora e barrar o andamento dessa e de outras medidas que atacam os direitos dos trabalhadores.


Nós do Movimento Nacional de Oposição Bancária - MNOB/CSP-Conlutas defendemos que a preocupação do movimento sindical nessa conjuntura não deve ser blindar o governo, mas sim preparar os trabalhadores para a luta contra as medidas de ajuste e de privatização anunciadas.