Foi noticiado pelo jornal Folha de São Paulo, edição deste
domingo, a intenção do governo Dilma-PT de abertura do capital da Caixa
Econômica em 2016, precedido de um cuidadoso processo de "saneamento",
ou seja, reestruturação e cortes de direitos para deixar o banco apetitoso ao
capital privado.
A maioria dos bancários da Caixa votou pela reeleição de Dilma Roussef-PT por acreditar no discurso de defesa e fortalecimento dos bancos públicos feito por ela e por temer a possibilidade de desmonte e a privatização da empresa caso Aécio Neves-PSDB saísse vitorioso.
Passadas as eleições, o governo do PT/PCdoB esqueceu todo o
discurso de campanha e revelou seus verdadeiros intentos. Desde as primeiras
medidas anunciadas, o aumento da taxa básica de juros, aumento da meta de
superávit primário, o reajuste da gasolina, passando pela formação da equipe
econômica e composição dos ministérios, Dilma-PT demonstra que seguirá
governando para as grandes empresas, o agronegócio e os bancos.
A proposta de privatização da Caixa é mais uma medida das
muitas que virão desse governo, na tentativa de fazer com que nós trabalhadores
paguemos o preço da crise econômica, enquanto os interesses e lucros privados
são priorizados. É preciso superar as ilusões nos governos de coalizão do PT/PCdoB.
Na Bahia, por exemplo, Rui Costa já anunciou a privatização da Ebal, EBDA, Bahiatursa,
mudanças na previdência dos servidores estaduais e cortes diversos no orçamento
social.
Nenhuma medida privatizante poderá trazer benefícios para os
trabalhadores e nem para as empresas públicas. São fartos os exemplos do
período FHC e são muitos os exemplos também durante os governos do PT/PCdob. O
processo em curso de abertura do capital dos Correios, por exemplo, veio
acompanhado de privatização do plano de saúde e previdência dos ecetistas.
Existe uma dura reestruturação dentro dos Correios que afeta as condições de
trabalho e a saúde dos trabalhadores. A privatização interna da Petrobras, só
favoreceu a corrupção e a precariedade das condições de trabalho. Está colocada
a possibilidade de perdermos ainda mais direitos.
O combate a proposta de privatização precisa começar desde
já. Não podemos esperar para ver. Nem mesmo esperar a campanha salarial do ano
vem. É preciso organizar a resistência agora e barrar o andamento dessa e de
outras medidas que atacam os direitos dos trabalhadores.
Nós do Movimento Nacional de Oposição Bancária - MNOB/CSP-Conlutas
defendemos que a preocupação do movimento sindical nessa conjuntura não deve
ser blindar o governo, mas sim preparar os trabalhadores para a luta contra as
medidas de ajuste e de privatização anunciadas.